Nível dos reservatórios das principais hidrelétricas é o mais baixo desde 2015 e exige maior uso de termelétricas, encarecendo conta de luz. Bandeira tarifária ficará na cor vermelha patamar 2.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (28) que, durante o mês de junho, vai vigorar no país o patamar 2 da bandeira tarifária, o mais caro do sistema.
Isso significa que será cobrado nas contas de luz de todos os consumidores do país um valor adicional de R$ 6,24 para cada 100 kWh de energia consumidos.
É a primeira vez neste ano que a agência aciona a bandeira vermelha nível 2. Durante o mês de maio, vigorou a bandeira vermelha 1, que aplica cobrança adicional de R$ 4,16 para cada 100 kWh consumidos.
Essa medida é reflexo do baixo nível de armazenamento de água nos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por mais da metade da capacidade de geração do país. De acordo com o governo, o último período de chuvas intensas nas duas regiões, de novembro de 2020 a abril de 2021, foi o mais seco em 91 anos.
Quando o nível dos reservatórios está baixo, o governo aciona mais usinas termelétricas, que geram energia a partir da queima de combustíveis, como carvão e diesel.
Ao acionar mais termelétricas, o governo reduz a geração hidrelétrica e poupa água dos reservatórios. Entretanto, a energia produzida pelas térmicas é mais poluente e cara, o que se reflete em aumento nas contas de luz.
A cobrança adicional da bandeira tarifária, criada em 2015, serve justamente para levantar recursos que vão pagar pelo custo mais alto de produção de energia.
Na quinta-feira (27), o governo emitiu um alerta de emergência hídrica na região da Bacia do Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
O alerta foi emitido devido ao período de escassez de chuva que essas regiões vão enfrentar de junho a setembro.
Apesar do baixo nível dos reservatórios e da baixa perspectiva de chuvas para os próximos meses, o governo descarta o risco de apagão em 2021. Porém, não estão descartadas medidas emergenciais para garantir o fornecimento de energia.
Fonte: Globo.com
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