Governo autoriza acionar termelétricas e importar energia para preservar reservatórios de hidrelétricas

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Preocupação do governo é com os reservatórios da região Sul. O nível dos principais reservatórios da região está em menos de 30% da capacidade, bem mais baixo se comparado ao mesmo período de 2019, quando marcava 39,5% da capacidade.

O governo federal autorizou o acionamento de usinas termelétricas e a importação de energia para preservar os reservatórios de água das hidrelétricas.

A preocupação do governo é com os reservatórios da região Sul. O nível dos principais reservatórios da região está em menos de 30% da capacidade, bem mais baixo se comparado ao mesmo período de 2019, quando marcava 39,5% da capacidade.

O governo quer poupar a água armazenada nas cabeceiras dos rios Grande e Paranaíba e também manter a hidrovia Tietê-Paraná navegável, com mais volume de água para as embarcações.

Por isso, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico decidiu liberar o acionamento de um número maior de usinas termelétricas, mais que o recomendado pelo próprio sistema interno do governo, um programa de computador, que leva em conta variáveis como a expectativa de chuvas. As termelétricas trabalham a partir de combustíveis como diesel, uma energia mais cara e que aumenta os custos para o consumidor.“O nosso problema, basicamente, no Brasil é de energia cara. Não é de falta de energia. Nós temos muitos recursos que podem ser acionados, como alguns agora estão sendo acionados fora da ordem de mérito, quer dizer, fora das regras normais. Isso vira um custo adicional que todos os consumidores pagam em nome da segurança. Então, portanto, o nosso problema é mais uma questão de custos elevados para um modelo que precisa ser modernizado do que, propriamente, um problema de chuvas exageradas, exageradamente baixas ou de reservatórios sem acumulação”, explica Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.

O governo também informou que está importando energia da Argentina e do Uruguai. Isso vem sendo feito quando a importação fica mais barata que a energia dessas térmicas. E a expectativa é que, no fim de outubro, o volume de água nos reservatórios continue baixando e a região Sul atinja menos de 20% da capacidade. A situação deve ser melhor nos Sudeste e Centro-Oeste (23,2%), no Nordeste (52,4%) e no Norte (32,5).

O Instituto Acende Brasil diz que só vai ser possível ter uma sinalização mais precisa sobre a seca em algumas semanas.

“Espera-se que ele esteja ligeiramente melhor que o do ano passado, portanto, até porque houve um incremento na qualidade do sistema de transmissão, de transmitir energia de um lugar para outro etc. Se nós tivermos um período de chuva que nos trate bem, nós não devemos esperar nenhum aumento significativo do custo de energia. Agora, essa resposta precisa a gente só vai ter na medida em que a gente se aproxime da metade do pico do consumo no período da chuva”, afirma Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.

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