O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta
terça-feira, 30 de abril, que a linha de transmissão entre Manaus (AM) e
Boa Vista (RR) será construída “independente da manifestação dos
índios”. Em entrevista à TV Band, o presidente afirmou que a solução
para essa questão será dada em 15 de maio. O objetivo do linhão é
resolver o problema energético de Roraima, já que parte do Estado
depende de energia vinda da Venezuela.
“Gastamos por dia um milhão de litros de
óleo diesel para sustentar as termelétricas que abastecem Roraima por
questão ambiental. Não conseguimos fazer o linhão de Manaus para Boa
Vista porque tangencia uma reserva indígena, estamos com problema
indígena ainda”, afirmou.
O presidente informou que a solução para a
questão deve vir nas próximas duas semanas. “Dia 15 de maio vamos ter
solução dos índios, se eles concordam ou não. Se não concordarem, nós já
fizemos uma reunião do Conselho de Defesa: eu, o vice, o presidente da
Câmara, do Senado, o ministro da Defesa, entre outros, e eles nos deram o
aval, por unanimidade, para construirmos esse linhão da capital do
Amazonas até a capital de Roraima independente da manifestação por parte
dos índios”, disse.
Em fevereiro, o governo definiu que o
linhão é uma “alternativa energética estratégia para a soberania e
defesa nacional”. O linhão foi leiloado em 2011 e em sua extensão há uma
parte pertencente aos indígenas Waimiri-Atroari, que vivem no sul de
Roraima e norte do Amazonas.
A Comissão Arns, grupo formado por 20
lideranças para denunciar violações de direitos humanos, criticou as
obras do linhão no início deste mês. O grupo entende que as reservas e o
processo de demarcação indígena têm sido alvo de críticas de diferentes
setores da sociedade, notadamente políticos. Além disso, informaram que
há relatos de ataques em comunidades, com destruição de estruturas e
plantios.