O Brasil atingiu na tarde desta
terça-feira (22) o maior nível de produção de energia elétrica em 20 anos para
dar conta do aumento no consumo.
Um calor de derreter lá fora e seu
Gilberto na boa: 17°C dentro de casa.
“A situação aqui, você está num
interiorzinho mais frio, mais tranquilo”, diz o representante comercial
Gilberto Silva Santos.
Suadeira agora só na hora de pagar a
conta de luz. A despesa com energia elétrica mais que dobrou. De cara, o
especialista identificou um problema: o ar-condicionado é daqueles que consomem
mais energia.
“No caso aqui, você comprou um
equipamento classificado como C. Ele consome mais energia. O A é o mais
eficiente, chega a ser quase 30% mais eficiente do que este classificado como
C. Então, quando você compra o equipamento talvez um pouco mais barato, ao
longo do tempo de uso, você vai pagando essa diferença. Acaba ficando bem mais
caro. É o barato que sai caro”, explicou o especialista Cemig.
E tem muito mais coisa para ajudar o
bolso: usar o chuveiro na posição desligado; trocar lâmpadas por modelos de
led, mais eficientes; verificar se a borracha da geladeira está vedando
adequadamente. Uma dica é fazer o teste da folha de papel na porta. Se ela não
ficar presa, está na hora de trocar o isolamento.
“Nós somos escravos dos nossos
hábitos. Uma conta aí de R$ 100, a gente está falando aí de R$ 15 a R$ 20 de
energia que a gente está pagando que foi registrada no medidor, que foi
consumida, mas que não gerou benefício”, disse o gerente de Eficiência
Energética da Cemig, Ronaldo Lucas Queiroz.
Economizar em casa também ajuda a dar
uma folga ao sistema de geração do país, que tem registrado recordes de
consumo, principalmente nos horários de calor mais intenso, entre às 14h e às
17h.
O gráfico mostra como foi a evolução
do consumo nesta terça (22). Vai aumentando ao longo do dia e às 15h27, um
recorde em 20 anos: 87.521 megawatts consumidos. Em seguida, a demanda começa a
cair.
“A previsão de chuva para janeiro,
encerrando na semana que vem, deve ser chover abaixo de 65% da média histórica.
Com o agravante de janeiro ser um dos melhores meses de chuvas para o sistema
interligado nacional. Isso quer dizer que vão ter preços elevados em boa parte
do ano, se não todo o ano”, diz o especialista em mercado de energia, Walter
Froes.
O representante comercial Madison
Gomes agradece todo dia pelas atitudes vigilantes do filho Leonardo, de 9 anos,
dentro de casa.
“É um exemplo. Ele molha, fecha o
chuveiro, ensaboa, abre o chuveiro. Meu menino fala comigo: ‘Pai, a água está
acabando do mundo’. Acho que a gente tem muito a aprender com criança”.
Sistema de geração de energia tem registrado recordes de consumo, principalmente no horário de calor mais intenso, entre as 14h e as 17h.