Os
acidentes com a rede elétrica totalizaram no ano passado 891
ocorrências em todo o pais, com 271 vítimas fatais, contra 252 casos em
2017. Dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia
Elétrica mostram elevação de aproximadamente 3% no número total de
acidentes em 2018 e de 5,8% nas ocorrências fatais, na comparação com o
ano anterior.
A Abradee lançou nesta segunda-feira, 5 de
agosto, a Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica, que vai
até o próximo dia 11. A campanha envolve anualmente as 41 distribuidoras
associadas, que promovem ações de conscientização para a prevenção de
acidentes na rede.
Entre as situações de acidentes fatais
trabalhadas nas campanhas das distribuidoras estão cabo energizado no
solo, que respondeu em 2018 por 12% (20 casos) das ocorrências com
morte; operação de máquinas agrícolas, com 9% do total; ligações
clandestinas e poda de árvores, com 7%; empinar pipa ou papagaio, com 6%
e instalações de antenas de TV, com 4% das ocorrências do ano passado.
A maior parte dos acidentes do ano passado
foi registrada na construção e manutenção predial, que respondeu por
55% do total de ocorrências. Houve, no passado, 89 casos de morte
causada por choque elétrico na construção civil.
O presidente da Abradee, Marcos Madureira,
explicou que os números de acidentes de trabalho tem aumentado nos
últimos anos em razão do crescimento das construções de pequeno e médio
porte, que muitas vezes não utilizam profissionais qualificados.
Madureira informou que durante a campanha as distribuidoras vão
desenvolver programas em suas áreas de concessão, com a divulgação de
informações na conta de luz e palestras educativas em escolas, centros
comunitários e canteiros de obras. Essas ações consideram as
peculiaridades de cada área de concessão.
Sandoval Feitosa, diretor da Agencia
Nacional de Energia Elétrica, lembrou que os acidentes na rede elétrica
atingem dois grupos de pessoas: as que trabalham com energia e conhecem
os perigos da eletricidade, mas negligenciam isso, e pessoas que
desconhecem o risco. Para Feitosa, as omissões entre os profissionais
que trabalham com eletricidade devem ser combatidas pelas empresas, para
reduzir o número de ocorrência. O trabalho deve ser preventivo e de
amplo alcance, disse.
“Há boas razões para investir na redução
desses acidentes, além de salvar vidas. Umas delas é o fator humano.
Empresas cuidando de pessoas”, completou o diretor da Aneel. Ele lembrou
que há ainda no mercado pessoas que trabalham como autônomas, que
ignoram os procedimentos a serem seguidos e fazem gambiarras que são um
fonte potencial de acidentes.
O presidente do Fórum das Associações do
Setor Elétrico, Mário Menel, sugeriu uma ação fiscalizatória. Menel
recomendou que as distribuidoras tenham uma maior interação com as
prefeituras e com o governo do Distrito Federal para que o poder público
possa coibir o aumento das construções irregulares nas cidades, já que
as empresas não tem poder de polícia para evitar que isso aconteça. É
nesse tipo de edificação que muitas vezes acontecem acidentes
domésticos.