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Os agentes do setor elétrico ainda têm muitas desconfianças em relação ao novo sistema de precificação da energia comercializada no mercado à vista. Ontem, durante consulta pública no Ministério de Minas e Energia (MME), ficou claro que não há consenso sobre a implementação do chamado preço horário já em janeiro de 2020.

A Comissão Permanente de Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) precisa validar o novo modelo até 31 de julho. A ideia é que o preço da energia à vista, conhecido como Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), deixe de ser calculado em patamares e semanalmente, para ser definido diariamente e com um peso maior durante o dia. O secretário de Energia Elétrica do MME, Ricardo Cyrino, ressaltou que é preciso agilidade na implementação. “O que é diferente de pressa”, destacou.

O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, explicou que existe a necessidade de se aproximar o cálculo do preço da operação de venda de energia. “Os sistemas e os profissionais estarão preparados para implementação em janeiro de 2020”, disse.

Contudo, Altieri lamentou o pouco engajamento do mercado. “Tivemos poucos acessos mensais de consulta. O mercado não está reagindo como nós esperávamos. Não chegam a mil acessos por mês, o que é muito pouco para um setor que tem 8 mil associados e que está a seis meses de uma mudança radical”, ressaltou.

Vários representantes de associações apresentaram dúvidas sobre o sistema e sua entrada em vigor em 2020. A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) defendeu que algumas eólicas geram mais à noite e vão passar a contribuir com o menor preço, da madrugada. Atualmente, é pelo preço médio. Paulo Sehn, da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), alertou para os riscos do uso de média ponderada no sistema, enquanto o representante das geradoras sustentou que o tempo é “relativamente pequeno para testar a funcionalidade”. Eduardo Picolo, da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), alegou que o modelo vai trazer mais insegurança. “Há vários riscos que podem gerar judicialização do setor”, ressaltou.

Luiz Eduardo Barata Ferreira, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), argumentou que o objetivo é estabelecer preços justos. “O trabalho que está sendo feito é sério. Queremos avançar”, disse.

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